sábado, 5 de setembro de 2009

João Claudino terá filme contando sua história de sucesso

O filme que contará a história de vida do bem sucedido empresário João Claudino Fernandes já está sendo produzido. A parte relacionada ao Rio Grande do Norte, terra natal do empresário,inclusive já foi toda gravada. Agora começam as locações em terras piauienses e em Bacabal,onde surgiu a primeira loja do Grupo Claudino. O trabalho está sendo produzido pela Sucesso Publicidade.

Conheça um pouco mais sobre esse nordestino
Matéria publicada pela Revista Época em 05.09.2003.


O imperador do sertão

Com seis em cada dez habitantes vivendo na miséria, o Piauí, o segundo Estado mais pobre do Brasil, é capaz de abrigar também um fenômeno do capitalismo moderno. Trata-se de João Claudino Fernandes, de 73 anos, homem que tinha tudo para ser mais um personagem de histórias de seca e fome. Mas ele pegou o destino de surpresa. Em pleno semi-árido nordestino, ergueu um grupo empresarial de projeção internacional e faturamento previsto para este ano de R$ 700 milhões. É dinheiro equivalente às receitas do gigante da informática Microsoft no Brasil e mais do que vendem no país outras multinacionais como Gillette e Pfizer.

Seu João não tem MBA nem freqüentou faculdade. Na verdade, mal cursou o ensino fundamental. Talvez por isso mesmo contrarie o senso comum dos negócios, desprezando a cartilha que recomenda às companhias escolher 'nichos' de atuação. O Grupo Claudino faz de tudo. Tem como lema atacar o maior número possível de frentes. Sua lista de produtos vai de colchões a carrocerias de alumínio, passando por sofás, armários de cozinha, mesas, eletrodomésticos, roupas, embalagens, prédios, shopping centers, estradas e frigoríficos, sem falar nos serviços prestados por uma agência de publicidade, uma transportadora e uma administradora de cartões de crédito com mais de 200 mil associados. A Guadalajara, empresa de confecções de João Claudino, já conseguiu abrir terreno no Exterior. Dona da marca Onix, exporta mais de 50% do que produz e coloca seus jeans em vitrines consagradas como as das marcas Calvin Klein e Guess. Aqui, participa das coleções de etiquetas famosas como Forum e Triton. 'Neste ano, a produção será de quase 2 milhões de peças', diz João Claudino Fernandes Júnior, um dos cinco herdeiros do patriarca.

Há pouco menos de um mês, o grupo anunciou a estratégia para uma briga nova, no mercado de bicicletas. ä Com a marca Houston Bike, criada há dois anos, quer avançar sobre o bolo das grandes líderes, Caloi, Monark e Companhia Brasileira de Bicicletas (linha Sundown). Com 7,5% das vendas, a Houston pretende chegar a 10% neste ano. 'O mercado em si não está crescendo. Nós estamos ganhando fatias dos outros', orgulha-se Adílson Custódio, diretor-regional da empresa, que acaba de lançar a coleção 2004, com 40 modelos. Não é pouca ambição - as três primeiras dominam 80% do mercado, segundo números da Abraciclo, associação do setor. A caçula da disputa não se assusta. 'Vamos faturar R$ 50 milhões em 2003', anuncia Claudino Júnior, que está à frente da Houston Bike e da empresa de eletroportáteis. A nova geração dos Claudinos prepara-se com esmero para assumir um dia os negócios. Júnior, de 35 anos, morou cinco nos Estados Unidos, onde estudou economia e administração.

Paraibano de Cajazeiras, o patriarca João Claudino construiu seu império correndo do estio. Desde pequeno, ajudava o pai, Joca, numa pequena venda. Em 1958, fugindo da seca na Paraíba com o irmão Valdecy, chegou a Bacabal, no Maranhão, onde abriu um comércio de secos e molhados. Era a primeira loja do Armazém Paraíba, hoje entre as maiores redes de varejo do Nordeste, com mais de 150 filiais em Piauí, Pará, Maranhão, Tocantins, Bahia, Pernambuco e Ceará, além de São Paulo. Neste ano, a rede vai faturar R$ 400 milhões.

Ter negócios em uma região pobre e mal abastecida, em vez de problema, foi solução. Os Claudinos tinham de vender 'de um tudo', como se diz no Nordeste. Depois de mudar, há 35 anos, a sede para Teresina - geograficamente mais bem posicionada para abastecer os Estados vizinhos -, resolveram fazer os próprios produtos. 'Havia pouca disponibilidade e o frete era muito caro', explica Júnior. Daí nasceu a Socimol, fábrica de colchões, para completar as camas que o Armazém vendia. A falta de roupas também deu origem à Onix, nos anos 70. A gráfica, a transportadora, a construtora, a agência de publicidade, tudo foi criado para responder às necessidades que iam surgindo à medida que o Armazém avançava. Resultado: o conglomerado Claudino tem hoje 13 empresas, mais de 10 mil funcionários, gera cerca de 40 mil empregos indiretos.

O patriarca Claudino é avesso à imprensa. Não tira fotos nem dá entrevistas. No ano passado apareceu nos jornais por conta de supostas doações para a campanha de Roseana Sarney à Presidência - um dinheiro apreendido pela polícia nos cofres da empresa Lunus, do marido de Roseana, Jorge Murad. Claudino negou a doação, mas confirmou a compra de três chalés de um empreendimento de Murad em Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses, por R$ 150 mil. Uma empreiteira de Claudino construiu a estrada que liga a capital, São Luís, a Barreirinhas.
O modelo de gestão do grupo é de dar arrepios nos consultores. Não há pulverização do capital e os irmãos Claudino, donos de tudo, concentram o poder de decisão. No comando das empresa estão filhos e pessoas de confiança. Os planos de expansão são sempre bancados com capital próprio. 'Somos conservadores. Não fazemos dívidas', avisa Júnior. Blog Paulo Petit Fonte: Péricles Mendel/ Época

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